"As músicas" pelo RJ - Formas e fins

Falar sobre música não me parece tarefa muito complicada. As possibilidades são inúmeras. Infinitas? Bom, prefiro não exagerar, mas o importante é saber que o assunto pode ser visto e abordado de diversos ângulos. Podemos falar de música sob um olhar da economia, analisando venda de CDs em lojas e arquivos MP3 pela internet; o custo de um show numa grande capital para uma banda e quanto se pode lucrar com uma turnê; o volume de vendas de uma loja de instrumentos musicais durante um ano, analisando os períodos de maiores e menores movimentações.

Vídeo da reportagem completa

No campo social, poderia pesquisar as origens de integrantes de bandas em uma cidade grande brasileira. Provavelmente descobriria uma mistura de pessoas vindas de variados cantos do país, contribuindo para fazer música com suas culturas regionais. Os benefícios das canções em tratamentos médicos são divulgados com certa frequência nos dias de hoje, ajudando desde crianças com câncer até pessoas que lutam contra o alcoolismo.
Posso até mesmo afirmar (com convicção! rs) que a música serve de inspiração e fonte de concentração para estudantes universitários quando estão preparando trabalhos para avaliação. Nesse momento, "Eu sei" do Legião Urbana está tocando via YouTube.

Para falar um pouco sobre o mundo do rap, ou melhor, uma parte ou um ângulo desse mundo que também não é pequeno; a Maggie (o nosso blog!) conversou com o blogueiro Raul Pimentel, estudante do sexto período de Jornalismo da PUC-Rio. Escritor colunista do blog Raplogia desde 2014, ele conta, animado, que gosta muito do trabalho que faz, mesmo não sendo remunerado (comentário que rendeu alguns risos).

As atividades do projeto incluem cobertura de eventos e de lançamentos, além de escrever resenhas criticas sobre álbuns. Raul comenta que indicou o amigo de faculdade Vitor Costa para contribuir com o Raplogia e destaca um recente trabalho feito por Vitor, ao entrevistar o rapper de São Paulo, Criolo. Um dos maiores nomes do rap brasileiro no momento, o artista fez um show na Barra da Tijuca no mês passado. Vitor aproveitou a oportunidade para conversar também com Mc Marechal. Confere no vídeo!

www.raplogia.com

O projeto atual de Raul para o blog gira em torno de "Mosh", canção de 2004 do rapper americano Eminem que aborda o momento político de reeleições daquele ano. A resenha será publicada no mês que vem para acompanhar o novo período de eleições presidenciais norte-americanas. Sobre uma possível comparação com o período de eleições no Brasil, Raul diz que é uma boa ideia, mas não para esse trabalho atual. "Nós começamos cobrindo o cenário internacional porque ele é muito maior do que o nacional, mas é uma ideia para o futuro. A cena nacional está crescendo", avalia.
Outro projeto do universitário, também envolvendo o universo da música, é a "filial" brasileira do site americano "Genius", que faz interpretação de letras musicais. A Maggie ficou curiosa e entrou no site para descobrir mais!

Eminem - "Mosh"

Site Genius Brasil

Segundo o próprio site (e a Maggie concorda!), o conceito ainda é novidade no Brasil. Os usuários do site podem contribuir com suas próprias interpretações das letras das músicas, além de poder consultar traduções também. Um sistema de colaboração parecido com o do Wikipedia. Raul conta que a equipe do site no Brasil é de quatro pessoas.

Com o objetivo de mostrar outras perspectivas das possibilidades da música, a Maggie também visitou a Clínica Riabilitare, na Praça Saens Peña, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. A clínica trabalha com fisioterapia, condicionamento físico e reabilitação pós-cirúrgica; além de oferecer espaços para yoga, pilates e acupuntura. Estudante do sexto período de fisioterapia da Estácio, Gabriel Magdaleno faz parte da equipe Riabilitare há quase um ano. Ele fala sobre essa "química" proporcionada pela música dentro do ambiente de condicionamento físico da clínica. "Aqui a gente usa a música como um hiper estimulante que vai liberar endorfina, adrenalina. O paciente acaba tendo um resultado melhor", explica.

Além disso, Gabriel aponta a música como fonte para um ambiente melhor, onde a interação entre os pacientes é estimulada. Essa interação também ajuda no alcance de resultados, até mesmo acelerando o processo. Perguntado sobre que tipo de música seria ideal para aquele ambiente, o fisioterapeuta sugere "as mais agitadas, com um ritmo mais intenso". Mas por quê, Gabriel?! "Pra dar aquela adrenalina e aumentar os batimentos cardíacos!", responde entre risos, simulando uma corrida leve.

Depois dessa resenha animada na Tijuca, a Maggie pulou no metrô direto até o Catete para conhecer a atriz e cantora Carol Fazu. Um café, uma vista elegante de um prédio de 1901 do outro lado da rua, e Carol começou a falar sobre seus dois principais projetos atualmente. Com música, claro! Sentada próxima ao piano, a atriz descreve o musical "Janis", onde interpreta a cantora americana que marcou os anos 70. "Janis Joplin tem uma influência muito grande na minha vida, nas minhas escolhas profissionais. Eu comecei a cantar por causa dela", revela. O projeto é um monólogo que vem sendo desenvolvido pela artista há alguns anos; conta com texto do dramaturgo Diogo Liberano e direção de Sergio Módena. O espetáculo estreou  em Brasília e chega ao Rio de Janeiro ano que vem.

www.carolfazu.com
www.futuroteca.com.br/janis

Carol Fazu - "Casa Pré-Fabricada" - Teatro da Caixa

"Laranja Eletrônica" é o nome do outro projeto atual da cantora, uma ideia mais recente. Carol descreve essa nova aposta como mais do que um show; uma plataforma de criação coletiva, agregando talentos de parceiros e convidados. A primeira edição aconteceu no último dia 21 no Espaço Cultural Olho da Rua, em Botafogo. "Foi incrível porque esse centro multi-cultural tem a cara do Laranja Eletrônica, que é multi-cultural", comentou. Nessa estréia, os convidados foram o dramaturgo Diogo Liberano (o mesmo de "Janis"), que participou lendo poesias de sua autoria, e o baixista Rômulo Duarte que, entre outras coisas, toca com Luiz Melodia.
Fazu revela que para as próximas edições, já conta com "um monte de gente linda" querendo participar; DJs, músicos, atores e poetas. Além disso, pretende incluir arte de rua nesses próximos eventos.

A Maggie ficou muito empolgada com tudo que ouviu! Entusiasta por ritmos diversos, encerrou assim seu primeiro "passeio musical" por alguns bairros cariocas.